70 anos de liberdade em Auschwitz

Se você já teve a oportunidade de visitar o Leste Europeu ou simplesmente ouviu sobre a história recente do mundo, com certeza já ouviu falar sobre Auschwitz, cidade que abrigou um dos maiores e mais importantes campos de concentrações da Segunda Guerra Mundial e que assassinou mais de 3 milhões de pessoas, judeus em sua grande maioria.

o-trabalho-liberta-auschwitz

Portão de entrada em Auschwitz. Foto: Auschwitz Museum

Hoje, dia 27 de janeiro de 2015, completam 70 anos do fim do Holocausto, dia em que milhares de prisioneiros foram finalmente entregues à liberdade após cruéis dias de terror e medo em Auschwitz, na Polônia. Esse dia ficou mundialmente conhecido e até hoje é lembrado por diversos países europeus como o Dia Internacional da Lembrança do Holocausto.

Após tantas tragédias e mortes, desde 1947 Auschwitz virou um grande Museu e que tem como objetivo relembrar àqueles que lá foram torturados e mortos e o que mais impressiona os visitantes são os milhares de itens originais dos prisioneiros, tais como roupas, óculos, sapatos, cabelos, pastas de documentos e até mesmo bonecas de algumas crianças que também eram feitas prisioneiras.

boneca-crianca-prisioneira-auschwitz

Boneca em exposição, de uma criança prisioneira. Foto: Auschwitz Museum

 

oculos-prisioneiro-auschwitz

Um dos milhares de óculos em exposição no Museu. Foto: Auschwitz Museum

 

sapatos-prisioneiros-auschwitz

Centena de milhares de sapatos retirados dos priseioneiros. Foto: Auschwitz Museum

Até hoje o Museu é um grande ponto turístico da Polônia e existem diversos tipos de transporte que te levam até o destino. Desde sua criação, mais de 30 milhões de pessoas já viram de perto as instalações desse impressionante lugar, hoje com uma média de aproximadamente 1,5 milhão de visitantes por ano.

Embora seja um lugar com uma riqueza histórica imensa, visitar o Museu de Auschwitz não é para os fracos, afinal, a energia negativa do lugar e objetos podem fazer com que muitos visitantes passem realmente mal e não prossigam com a visita.

Logo ao chegar em Auschwitz, os visitantes já são surpreendidos com uma fortíssima frase no portão principal do antigo campo de concentração, com a menção “Arbeit macht frei” que significa “O trabalho liberta”, afinal os prisioneiros eram registrados e forçados a trabalhar de forma desumana.

documento-prisioneiro-auschwitz

Documento de registro de um prisioneiro. Foto: Auschwitz Museum

Segundo relatos de alguns sobreviventes à esse horrível episódio, alguns dos prisioneiros da época até hoje convivem com pesadelos e memórias de situações que viveram nos campos de concentrações. Alguns deles se lembram que viviam de forma extremamente cruel, muitos não pesavam mais que 40kg e procuravam sobreviver em meio à fome, doenças graves e aos terríveis choques psicológicos ao verem suas famílias e colegas sendo dizimados um a um.

estrelas-marcadas-prisioneiros-auschwitz

Estrelas bordadas nos uniformes dos prisioneiros marcavam os judeus. Foto: Auschwitz Museum

Durante anos estudando o assunto, me lembro que uma das citações que mais me marcou é de uma senhora relembrando que naquela época, algumas mulheres que conseguiam escapar dos alojamentos durante à noite se jogavam contra as cercas elétricas pois acreditavam que isso seria melhor que sobreviver àquele inferno.

Apesar de ser um ponto turístico com um clima bastante pesado, Auschwitz pode ser uma excelente rota para sua próxima viagem à Europa, para conhecer um pouco mais sobre o que realmente viveram essas pessoas e a importância histórica que isso teve no mundo. Além disso, é importante que nunca nos esquecemos desses períodos vividos, afinal nos fazem pensar em que épocas terríveis já passamos.

O próprio presidente atual da Alemanha reforçou há alguns dias que a comemoração do fim do Holocausto deve ser mantida para sempre, para lembrarmos sempre daqueles que viveram anos sofrendo nos campos de concentração. Ainda com base nisso, o próprio Museu pretende modernizar suas instalações, para que a nova geração também possa continuar celebrando os anos de liberdade dos milhões de prisioneiros mortos.

Se o assunto lhe interessou, há diversos e bons filmes que retratam essa época, como “O Pianista“, “A Vida é Bela“, “O Menino do Pijama Listrado” e “A Lista de Schindler“, que na minha opinião é, sem dúvida, um dos melhores filmes que retratam esse período.

Para mais informações a respeito do Museu, acesse: www.auschwitz.org